Mostrar mensagens com a etiqueta The Braganza Mothers. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta The Braganza Mothers. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Resposta à E-Ko: Sumário do que me vai na alma

"Caralho, estou cada vez mais a gostar deste blogue!
posted by Textusa


e-konoklasta said...
@ Olá textusa!!!!
Diz um bocadinho mais sobre o que acabas de escrever!


Cara E-KO, a minha exclamação teve fundamentalmente duas vertentes. Como ser vivo que é, este blogue debate-se, permanentemente, com a sua luta interna (a sua identidade), e a luta externa (a sua identificação).

Internamente, eu penso que este blogue sofre de três categorias de praga. Umas mais gravosas que as outras, como seria de esperar. A primeira, é aquela que por motivos de masturbação e necessidade de protagonismo, aproveita-se e cavalga nas costas, largas e em constante crescendo, da popularidade do Braganza-Mothers. Vem para aqui abrir a sua braguilha intelectual, mas rapidamente demonstra a pobreza do que tem para mostrar. Um mínimo de vergonha e poupava-nos um pouco dum dos grandes males portugueses, que é a poluição visual. Qual velha asquerosa em topless na Praia dos Tomates. Nada acrescenta, ocupa espaço, e estraga a paisagem. Esta praga, execrável, não deve, de forma alguma, ser confundida com as seguintes, muito mais benignas.
A segunda praga bloguista é a que tem um carácter revisteiro. Um blogue é entretenimento. Para fazer rir. Pasmar. Uma anedota aqui, uma BD acolá. E o que quer que seja intermédio pelo meio. Anedotas, recebo-as às toneladas na minha caixa do correio pessoal, num ratio de 1:34 relativamente aos de gajas descascadas. E basta atentar à qualidade dos “temas” de quem, via motores de busca, nos vai encontrando, conforme vem demonstrando a nossa Kátia, para verificar que há quem procure sorrir, mas num mundo, que apesar de real, é tristemente tenebroso.
A terceira praga, são os gurus culturais. Determinados em que se engula. A intelectualidade. À força e a rodos. Alguém me disse que a cultura é aquilo que fica na memória depois de esquecido tudo o resto. Da minha parte, jamais me esquecerei das mamas da Bárbara Guimarães na Praia do Meco há pouco mais de uma dezena de anos. Jamais. E que se saiba, não me pus para aqui a postar as glandulas mamárias da dita cuja, apesar de suspeitar que poucos se oporiam a tal feito.
Destas duas últimas pragas, não fosse a importância que julgo que este blogue tem na vida pública portuguesa, eu até seria favorável á sua existência. Dão alguma alegria e cor ao blogue. Mas o Braganza-Mothers é primus inter pares, conjuntamente com o Portugal Profundo. Assim, condeno essa tipologia de posts pelo seguinte: sempre que algum de nós coloca um post, ele ganha honras de primeira página. O post que lhe segue, que pode acontecer passadas horas, como passados alguns segundos, empurra-o para a segunda. E assim sucessivamente. Até chegar às recônditas páginas dos classificados. E só lá vai quem já sabe o que procura, e não quem procura, à partida, ser informado.
Pessoalmente, custa-me escrever. Muito. Sou dos que relê os textos uma catrefada de vezes e mesmo assim fica tudo cheio de erros. Não me flui com a naturalidade com que aparentemente acontece com alguns exímios letristas desta particular praça. Ver um texto meu a ser empurrado para o esquecimento à conta de uma(s) baboseira(s), dói. Perdoem-me o lamúrio.
Felizmente, venho notando que predominam os textos que nos fazem ter os clientes que temos, em detrimento de filmes, músicas e imagens. Daí a minha exclamação.

Externamente, o blogue sofreu uma ameaça recente. Afinal fora apenas aparente. Sobre o que é informação e suas fascinantes facetas, um dia, se tiver paciência, escreverei. E reagiu de imediato. Reagiu com tusa. Reagiu com ponderação. Reagiu com organização. Prontificou-se à luta. Deu um sinal claro que está aqui para ficar. Daí a minha exclamação.

E é neste estertor de lobisomem, em que se anda neste vai-vem entre humano e animal que o blogue vai amadurendo, vai criando raizes. Inabaláveis. Sempre que vira animal, A Coisa pára, escuta e olha. E não se combate contra Ela frontalmente. Tem de ser Domada. E só se doma pelo medo. Da mesma forma como ela tem-nos domado. Ainda por cima, com sucesso.
E vou agora aqui cometer o que poderia ser considerado um sacrilégio, não fosse o carácter pluralista do indivíduo em questão: discordar com o Arrebenta. Só posso atribuir a uma mistura estranha de químicos nas veias pela falta de ponderação da proposta exarada. Especialmente vinda de quem tem demonstrado um sexto sentido na conduta deste espaço.
O problema de Portugal não é o governo, nem a restante pandilha de idiotas parasitas que mamam à fartazana dos nossos impostos. O problema de Portugal são os portugueses. Que deixaram repousar os seus testículos na palma da mão dA Coisa. Tudo por um futuro “melhor”. Uma melhor casa, um melhor carro, um melhor Armani. E foram cedendo, cedendo... E agora a mão aperta, e os tin-tins doiem. Muito. E, aparentemente, não há forma de fugir à dor excruciante. Vêm aqui pedir ajuda. Arrebenta, o blogue ainda não tem a maturidade suficiente para lançar desafios inóquos. Neste momento, a nossa missão é demonstrar que eles não estão sós, e que há esperança.
O inimigo nunca se deve odiar. Isso é apenas desperdício de tempo, energia, e, fundamentalmente, clarividência.
Daí a minha exclamação."

O meu último jantar com o Ministro Mariano Gago

Hoje, inesperadamente, tive o meu último jantar com o Ministro Mariano Gago. Da última vez, tínhamos combinado que, se fosse ele a saltar primeiro do que o filho da Dona Adelaide, pagava ele o jantar, senão, pagava eu.
e eu,
não fosse pelos teus lindos olhos, aposto que quem me vai pagar o jantar és tu, e pagou!...
Encontramo-nos sempre naquela esquina que dá para o "British Hospital", ex-"Instituto de Urologia", obrigado a fechar, porque estava infestado de médicos dos... "tais", do Tempo do Manecas, Diplomas a 20 contos, as operações à bexiga eram feitas uma vez, se não desse certo, insistia-se, e lá acabava uma das partes por ceder, ou a doença, ou o coração do doente. Graças a deus que já fecharam aquilo, porque era uma autêntica nódoa no panorama de saúde português, puseram-lhe um nome inglês, e o quadro clínico integrou logo os "excedentários" anteriores, enfim, um Simplex da Bexiga, aplicado a todos os outros órgãos, do corpo.
Eu detesto ver os lindos olhos do Mariano Gago chorarem, mas há dias e dias. Tinha acabado de chegar do Porto, para aquela treta com a "Fraunhofer Institute",
imagina,
dizia ele,
que a "Tarada" -- a "Tarada" é o nome carinhoso que damos, entre nós, a José Sócrates -- que a "Tarada" me perguntou o que era aquilo do Fraunhofer, e eu disse-lhe que era o da coisa das riscas dos Espectros...,
sim..., dizia eu,
e "ela" me diz assim, então a gente vai assinar um contrato com uma Fundação que fabrica pijamas para Fantasmas?..., Ó, Mariano, isso já parece a minha mãe, quando tem aquelas crises místicas, de Jeová, e apesar do Vítor -- é assim que ele trata a Maria Sapatão, Constâncio -- ter anunciado que íamos crescer 0,5% de coisa nenhuma, lhe dá uns nervos, agarra na
"Sentinela", e bate às campainhas todas do "Heron-Castilho", a anunciar o Dia do Juízo. Graças a deus que já toda a gente sabe que é a mãe do Primeiro-Ministro, e que sofre daqueles ataques,
e eu... pois...
Entretanto, chega-se um daqueles Naranás Coissorós, que vendem rosas, nos restaurantes, e pôs-se a olhar para nós, e eu a fazer-lhe sinais de que aquilo era um jantar de Fraternos da Irmandade do Terceiro Olho, e que o Senhor Ministro não estava naqueles dias de fazer o número da Elsa Raposo, aliás, nem ele, nem eu, estávamos ali para isso, Terceiro Olho, sim, mas circunstancial, coisa que sempre me aproximou de Mariano Gago, que gosta de coisas adultas, e nunca percebi por que tinha aceitado integrar uma cortina governamental do Tapa-Tapa-Come-Putos,
adiante,
porque estávamos ali para discutir a escandaleira que tinha sido a conferência de imprensa, da "Independente" -- estava sentado ao lado do porta-voz um gajo com um fácies que eu já não via desde os tempos do Al Capone -- uma conferência com uns silêncios, umas reticências sobre datas, umas pessoas que não tinham deixado entrar a Inspecção -- coisa que, noutra parte do Mundo, seria suficiente para terem a Polícia a selar-lhes as instalações, logo no próprio dia, cá era... natural, somos um país de belezas naturais, como apregoa o Branqueador Mourinho e a Branqueadora Fátima Lopes -- outras gentes que já tinham sido atiradas para a "Lusófona" (!) -- a freguesa que se segue... -- uma coisa horrível, a dizer que só tinham encontrado na pastinha do Zé de Vilar de Maçada, filho da Dona Adelaide, Testemunha de Jeová, e de um Arquitecto de arquimonstros, da Covilhã, ligado a falências, cambalachos e obras com cunha feita, que tinha tentado meter apressadamente o filho nos quadros da autarquia, a 8 de Agosto, com a segurança de que, na Covilhã, nunca há perigo das coisas caírem por erros técnicos, porque, como tudo é inclinado, todo o prédio que cai é por "causas naturais", portanto, filho, está à vontade, o pai faz os bonecos, tu, em Lisboa, dizes assim, a olho, tantos e tantos, de armações, uns pós, de betão e papas de sarrabulho, o empreiteiro sonha, a Câmara deixa, a obra nasce, a gente dá o nome da famíla, pode ser "Pinto de Souza Gardens" (aqui, já o Sousa se converteu em Souza, como é típico na javardeira nacional...), vende-se aquilo caro, e, se cair, foi porque deus, aliás, Jeová, fez a Serra inclinada, e o prédio escorregou.
E apontava para o horizonte e dizia, filho, do alto destas alturas, e até à fronteira, 20 séculos de negociatas nos contemplam!...
O Mariano chorava, porque das duas três, ou a Universidade era boa -- e era isso que me angustiava, se ele teria assinado, em 2002, antes do Picareta Falante ter bazado, qualquer papel, a dizer que aquilo funcionava "pedagogicamente", e só depois é que derrapara...,
e eu olhava-lhe bem fundo nos lindos olhos, enquanto ele chorava,
aposto Mariano, que... tu... assinaste...,
e ele chorava,
já estou a ver que tinham de manter a choldra aberta, porque o macacal estava todo a sacar licenciaturas à pressão...,
e ele chorava, chorava,
e ainda estava na Maré Alta dos Diamantes, muito diamante e pouco preto...
e eu: o Vara foram quatro anos comprimidos em dois, mas foi mais espertalhão, como nem sabe escrever, não mandou faxes, nem bilhetinhos, era pelo telefone, e do género, ou lançam a nota, ou a gente fecha já essa merda!...,
tu, Mariano, que até és um gajo inteligente, da Área da Física, pá, como é que tu te deixaste enrodilhar com essas calaceiras todas, tu já sabias que isso era tudo de papelão, como é que tu pudeste assinar um papel a dizer que... aquilo... pronto... existia. Agora estás com o rabo preso, porque, ou fechas e eles põem a boca no trombone, e vem a casa abaixo, ou não fechas, e tens de te demitir..., aliás, tu vais ter rapidamente de te demitir, quanto mais não fosse pela nossa aposta, e só quero ver, se pagares agora o jantar, se eu tenho, ou não tenho, razão,
e vai ele, sacou do cartão de crédito, e depositou-o em cima da contita pesada do repasto, a gorjeta ficava para o moço, por acaso, um brasileiro jeitoso, a única coisa que lhe fez, hoje, esta noite, cintilar, e não chorar, os lindos olhos,
os três lindos olhos...

O Efeito Borboleta Do Mundo Virtual


Sonata "Al Santo Sepolcro" RV 684 - Carta Aberta a António Balbino Caldeira



Dedicado, com estima, ao António Balbino Caldeira, do "Portugal Profundo"



Cristo jaz no Leito de Morte.

Foi, com alguma inquietação, que li a sua entrevista no "Correio da Manhã".

Trata-se de um texto, aparentemente, oportuno e circunstancial. José Sócrates é um homem em apuros, pelo menos, por aquilo que se quer fazer passar para a Opinião Pública.


Infelizmente, sou mais cínico, e um homem de minúcias.


Desde a crise que o "Braganza Mothers" fez estoirar na "Wikipédia", em redor da entrada "José Sócrates" e "Fernanda Câncio", e referenciada no "Público", que se percebeu que a Blogosfera não era inócua, e não é. Com alguma habilidade, conseguiu-se transformar em civilizados campos de peleja a Comunicação Social, a Blogosfera, e a Internet, em geral, sobretudo naquilo que se pretende assumir como o seu Espaço Enciclopédico do séc. XXI, e o será.

De algum modo, e para quem acompanhou o processo, esgrimi com as minhas armas próprias, muito séc. XVIII: no fim, o Marechal Poniatovsky e Monseigneur D'Artois, decidem, antes de disparar os arcabuzes, quem acaba por triunfar em campo. Em derradeiro caso, o florete decide, num recanto dos Jardins de Versalhes, a sorte da batalha.

Acontece, e já sentiu isso na pele no "Casa Pia" que estamos num século que não é o XVIII. É o século de gente sinistra e lúgubre, e capaz de tudo.

Toda esta polémica veio apenas provar o que já sabíamos, que Sócrates não existe, não por causa da polémica, mas porque, pura e simplesmente, nunca existiu. José Sócrates é o rosto de um dos mais espantosos grupos de interesses, que, na sombra, decidiu conduzi-lo ao cargo de Primeiro-Ministro de Portugal, para, qual boneco de lata -- e era fundamental escolher, para este momento, um boneco de lata de OZ, sem quaisquer sentimentos, excepto a Cólera e a Vaidade -- ah, sim, e um, muito importante, que me esqueci de acrescentar aqui: a VINGANÇA.


José Sócrates, enquanto cabeça do XVII Constitucional, dispõe da mais poderosa máquina de informação, policiamento e investigação secreta de que jamais alguém dispôs em Portugal. Ele incarna uma Santa Inquisição, mas com todo o aparato técnico do séc. XXI.

De um certo ponto de vista, nós, a Blogosfera, triunfámos, quando tacticamente decidimos pôr em causa a vaidade do Homem humano, e não a eficácia do técnico político.
Eu conheço muito bem a estrutura psíquica e emocional de José Sócrates: é um clássico de todos os manuais pós-freudianos. Há, lá dentro um misto de mulher em estado de possessão demoníaca com um lacrau enterrado na areia. Para mais, a mulher possuída deslocava-se num ridículo par de saltos altos, como se a Cena Política, de uma "passerelle", se tratasse.

Nós, Blogosfera, com a nossa fisga, partimos-lhe um dos saltos altos. Neste Tempo Pascal, "ela" parece arrastar-se pelo palco, manca, e risível. Mas vamos às minúcias: foi interessante ver a Câncio, desesperada, a apagar e a reescrever a entrada wikipédica do ... "tutelado" (basta ir lá consultar o histórico e ver o que fez "FC", que se apresenta como Fernanda Câncio -- ordinária, como de costume... -- ela própria).

Não foi por acaso que a Biografia adoptada para o lugar de nascimento, pretendidamente o Porto, vinha referencida, como origem, num Jornal, por acaso (?), o "Diário de Notícias", onde o texto,
convido-vos a lê-lo, vem realmente bem cozinhado. Como diriam os misóginos, "à Mulher, a cozinha".

Esta... cozinhou-a bem.

Nessa biografia não-oficial, conhecemos um outro José Sócrates "À semelhança da generalidade dos colegas, Sócrates era pouco praticante das primeiras aulas da manhã - essas horas eram preciosas para recuperar sono, caso na noite anterior tivesse ido com os amigos a uma boîte. A discoteca da moda era o "Etc", o bar era o "Triana" e Sócrates por lá andava, com o seu grupo de amigos. A saída de Sócrates junto do público feminino era considerável. O rapaz, que era um apaixonado por poesia, declamava-lhes poemas e "levava-as com a conversa", conta outro companheiro desses tempos, que pediu para não ser identificado. "Quando chegávamos a um bar, nós íamos beber e ele ia engatar", recorda o mesmo amigo. "Era um sucesso!" José Sócrates nunca foi homem de excessos, nem quando tinha idade para isso. Bebia com moderação, ficava até às tantas à conversa com os amigos à volta dos copos de cerveja e uísque, mas passava para a água ou Coca-Cola quando os outros ainda estavam a aquecer a garganta. "Era moderado nos hábitos, mas experimentou o que tinha que experimentar", conta um colega de aventuras. Não morre ignorante, isso é certo. Aos 20 anos fez as primeiras férias no estrangeiro (três semanas na vindima em França) e, nas viagens seguintes, conforme já contou em entrevistas, não deixou de visitar os "coffee-shops de Amesterdão." Foi um jovem do seu tempo, como costuma dizer."
Os "coffee-shops" de Amsterdão, leram bem... Aposto que, pelo menos metade dos leitores do meu texto já deu, nesta altura uma sonora gargalhada. Aqui fica a insinuação, e as consequências práticas: o assunto da Licenciatura não é para Sócrates uma questão primária. Nesta altura, quase que consigo vê-lo nas "sex", perdão "Cofee-shops" de Amsterdão -- umas mini-férias gozadas em silêncio -- era o que faltava estragarem-me o buraquinho, salvo seja, da Páscoa!... -- enquanto toda a máquina do Polvo trabalha para reconstituir os estragos da Imagem.
A segunda hipótese é mais lúgubre: as Forças da Sombra, que o colocaram na Linha da Frente, já o deixaram cair, e até já têm um boneco de lata preparado para o substituir.
Caro Balbino Caldeira, quando viémos para a Blogosfera, foi por razões que, "pessoanamente" falando, poderiam ser expressas assim: "Viémos para a Blogosfera, porque a Atmosfera não prestava, ou não servia".

É, portanto, necessário ternos em atenção o momento exacto em que deixamos de ser atiradores furtivos, para os pormos em conflito uns com os outros, deixando vir à superfície a podridão em que se movem, e, depois, retirarmo-nos, para a sabotagem seguinte, e ele há TANTAS a fazer!...


Um excesso de protagonismo atmosférico pode levar a tornar-mo-nos alvos e peões nas mãos de Forças Invisíveis, e nós apenas somos figuras de fábula, como Borges diria.
Partimos-lhe um dos saltos altos, mas, a esta hora, como na "Noite de Iguana", já ele atirou os sapatos de salto para o lado, e dança descalço, como Ava Gardner, entre dois morenos, eróticos e viris, numa praia do luar.
Pela minha parte, vou fazer o mesmo, e voltar ao Olimpo, uns, raptando Io e Europa, outros, ao luar, tropicalmente, com Ganimedes, segundo os gostos próprios.

Com a estima do

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Serpes




"Era uma vez duas serpentes que não gostavam uma da outra. Um dia encontraram-se num caminho muito estreito e como não gostavam uma da outra devoraram-se mutuamente. Quando cada uma devorou a outra não ficou nada. Esta história tradicional demonstra que se deve amar o próximo ou então ter muito cuidado com o que se come."

Ana Hatherly


Só para AMIGOS


Hoje apetece-me dirigir umas palavras a uns certos amigos meus. E acreditem que sou pessoa de poucos amigos. Nessa temática, sou propositadamente ingénuo. Todo e qualquer papalvo facilmente me engana. A única defesa que possuo é ter este meu feitio vingativo. Por isso, para mim, uma amizade que se vai perdurando no tempo, é por mim continuamente alimentada e relevada. Sou uma pessoa, ou pelo menos assim me considero, com valores. E apraz-me muito conviver com quem tem dado provas de ser similar. Pessoas íntegras. Para quem a palavra honra não é uma palavra vã. Como devem imaginar, já foram muitos os que pedi para irem à sua vida. Sem esperar pela resposta.

Hoje quero dirigir-me só a amigos. Para os restantes leitores, peço que me desculpem e compreendam este pequeno momento de privacidade. Quem não quiser entretanto ler outros posts, peço que façam o favor de olhar para o lado e ir assobiando. São só uns cinco minutos. Tentarei ser breve.

Amigos, agora só entre nós. Dirigo-me obviamente a vocês que têm por missão juntar toda a informação possível a meu respeito, para análise e posterior acção. Cada um de nós que aqui escreve ou comenta, assume que tem um conjunto, maior ou menor conforme o grau de ameaça que apresenta, de sujeitos sobre a sua alçada (aqui confesso que hesitei na terminologia a utilizar, mas deduzi que estando fulano A sob a alçada de cicrano B, a relação inversa seja a de B estar sobre a alçada de A). O Arrebenta, por exemplo, deve ter uma sala cheia de gente, de bata branca e óculos graduados, as paredes repletas de quadros, que em si, estarão cheios de pequenos pedaços de papel das mais variadíssimas cores, com gatafunhos ilegíveis, interligados entre si com códigos completamente aleatórios e incompreensíveis, mesmo para vocês, quanto mais para mim que os estou a imaginar. Eu, da minha parte, já fico satisfeito com um par de estagiários. E é mesmo a vós dois que me estou a dirigir. Vós que conhecem o meu intímo (e tudo o resto) melhor que eu mesmo.

Espero, nesta altura do post, ter clarificado, sem margem para qualquer dúvida, sobre a quem, exactamente, me quero dirigir.

Estão atentos?

É mesmo só para vos dizer que vos acho a mais fétida escumalha à face deste planeta. Se fosse vosso filho e um dia descobrisse que era dessa vossa actividade ignóbil o provento da minha alimentação, acho que passaria o resto dos meus dias a vomitar. Um pagamento com juros a ver se recuperava a dignidade que, além das minhas possibilidades ou vontade, me fora violentamente tirada. Já para não falar no nojo sentido por ter o vosso sangue a correr nas minhas veias. Pensai nisso quando esta noite olharem para os olhos dos vossos filhos e lhes estiverem a beijar a testa antes de os deitar. Aqueles olhos inocentes e puros, que mal sabem que estão a olhar para um ser ainda mais abjecto que um pedófilo. Toda aquela admiração inabalável desperdiçada em alguém que não passa de um mísero cagalhão.

E, no dia em que me sentar à vossa frente que algo fique, desde já, esclarecido: o eu conhecer as vossas caras é muito mais importante, e prazeroso, do que vocês conhecerem a minha. É que a partir desse momento exacto terei a quem poder dizer: “Dediquei este texto especialmente ao teu pai/mãe."
NewsAlloy button