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terça-feira, 7 de agosto de 2007

O meu último jantar com o Ministro Mariano Gago

Hoje, inesperadamente, tive o meu último jantar com o Ministro Mariano Gago. Da última vez, tínhamos combinado que, se fosse ele a saltar primeiro do que o filho da Dona Adelaide, pagava ele o jantar, senão, pagava eu.
e eu,
não fosse pelos teus lindos olhos, aposto que quem me vai pagar o jantar és tu, e pagou!...
Encontramo-nos sempre naquela esquina que dá para o "British Hospital", ex-"Instituto de Urologia", obrigado a fechar, porque estava infestado de médicos dos... "tais", do Tempo do Manecas, Diplomas a 20 contos, as operações à bexiga eram feitas uma vez, se não desse certo, insistia-se, e lá acabava uma das partes por ceder, ou a doença, ou o coração do doente. Graças a deus que já fecharam aquilo, porque era uma autêntica nódoa no panorama de saúde português, puseram-lhe um nome inglês, e o quadro clínico integrou logo os "excedentários" anteriores, enfim, um Simplex da Bexiga, aplicado a todos os outros órgãos, do corpo.
Eu detesto ver os lindos olhos do Mariano Gago chorarem, mas há dias e dias. Tinha acabado de chegar do Porto, para aquela treta com a "Fraunhofer Institute",
imagina,
dizia ele,
que a "Tarada" -- a "Tarada" é o nome carinhoso que damos, entre nós, a José Sócrates -- que a "Tarada" me perguntou o que era aquilo do Fraunhofer, e eu disse-lhe que era o da coisa das riscas dos Espectros...,
sim..., dizia eu,
e "ela" me diz assim, então a gente vai assinar um contrato com uma Fundação que fabrica pijamas para Fantasmas?..., Ó, Mariano, isso já parece a minha mãe, quando tem aquelas crises místicas, de Jeová, e apesar do Vítor -- é assim que ele trata a Maria Sapatão, Constâncio -- ter anunciado que íamos crescer 0,5% de coisa nenhuma, lhe dá uns nervos, agarra na
"Sentinela", e bate às campainhas todas do "Heron-Castilho", a anunciar o Dia do Juízo. Graças a deus que já toda a gente sabe que é a mãe do Primeiro-Ministro, e que sofre daqueles ataques,
e eu... pois...
Entretanto, chega-se um daqueles Naranás Coissorós, que vendem rosas, nos restaurantes, e pôs-se a olhar para nós, e eu a fazer-lhe sinais de que aquilo era um jantar de Fraternos da Irmandade do Terceiro Olho, e que o Senhor Ministro não estava naqueles dias de fazer o número da Elsa Raposo, aliás, nem ele, nem eu, estávamos ali para isso, Terceiro Olho, sim, mas circunstancial, coisa que sempre me aproximou de Mariano Gago, que gosta de coisas adultas, e nunca percebi por que tinha aceitado integrar uma cortina governamental do Tapa-Tapa-Come-Putos,
adiante,
porque estávamos ali para discutir a escandaleira que tinha sido a conferência de imprensa, da "Independente" -- estava sentado ao lado do porta-voz um gajo com um fácies que eu já não via desde os tempos do Al Capone -- uma conferência com uns silêncios, umas reticências sobre datas, umas pessoas que não tinham deixado entrar a Inspecção -- coisa que, noutra parte do Mundo, seria suficiente para terem a Polícia a selar-lhes as instalações, logo no próprio dia, cá era... natural, somos um país de belezas naturais, como apregoa o Branqueador Mourinho e a Branqueadora Fátima Lopes -- outras gentes que já tinham sido atiradas para a "Lusófona" (!) -- a freguesa que se segue... -- uma coisa horrível, a dizer que só tinham encontrado na pastinha do Zé de Vilar de Maçada, filho da Dona Adelaide, Testemunha de Jeová, e de um Arquitecto de arquimonstros, da Covilhã, ligado a falências, cambalachos e obras com cunha feita, que tinha tentado meter apressadamente o filho nos quadros da autarquia, a 8 de Agosto, com a segurança de que, na Covilhã, nunca há perigo das coisas caírem por erros técnicos, porque, como tudo é inclinado, todo o prédio que cai é por "causas naturais", portanto, filho, está à vontade, o pai faz os bonecos, tu, em Lisboa, dizes assim, a olho, tantos e tantos, de armações, uns pós, de betão e papas de sarrabulho, o empreiteiro sonha, a Câmara deixa, a obra nasce, a gente dá o nome da famíla, pode ser "Pinto de Souza Gardens" (aqui, já o Sousa se converteu em Souza, como é típico na javardeira nacional...), vende-se aquilo caro, e, se cair, foi porque deus, aliás, Jeová, fez a Serra inclinada, e o prédio escorregou.
E apontava para o horizonte e dizia, filho, do alto destas alturas, e até à fronteira, 20 séculos de negociatas nos contemplam!...
O Mariano chorava, porque das duas três, ou a Universidade era boa -- e era isso que me angustiava, se ele teria assinado, em 2002, antes do Picareta Falante ter bazado, qualquer papel, a dizer que aquilo funcionava "pedagogicamente", e só depois é que derrapara...,
e eu olhava-lhe bem fundo nos lindos olhos, enquanto ele chorava,
aposto Mariano, que... tu... assinaste...,
e ele chorava,
já estou a ver que tinham de manter a choldra aberta, porque o macacal estava todo a sacar licenciaturas à pressão...,
e ele chorava, chorava,
e ainda estava na Maré Alta dos Diamantes, muito diamante e pouco preto...
e eu: o Vara foram quatro anos comprimidos em dois, mas foi mais espertalhão, como nem sabe escrever, não mandou faxes, nem bilhetinhos, era pelo telefone, e do género, ou lançam a nota, ou a gente fecha já essa merda!...,
tu, Mariano, que até és um gajo inteligente, da Área da Física, pá, como é que tu te deixaste enrodilhar com essas calaceiras todas, tu já sabias que isso era tudo de papelão, como é que tu pudeste assinar um papel a dizer que... aquilo... pronto... existia. Agora estás com o rabo preso, porque, ou fechas e eles põem a boca no trombone, e vem a casa abaixo, ou não fechas, e tens de te demitir..., aliás, tu vais ter rapidamente de te demitir, quanto mais não fosse pela nossa aposta, e só quero ver, se pagares agora o jantar, se eu tenho, ou não tenho, razão,
e vai ele, sacou do cartão de crédito, e depositou-o em cima da contita pesada do repasto, a gorjeta ficava para o moço, por acaso, um brasileiro jeitoso, a única coisa que lhe fez, hoje, esta noite, cintilar, e não chorar, os lindos olhos,
os três lindos olhos...
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