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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

DA REPÚBLICA




Não me é simpática a ideia do anonimato. Na blogosfera ele floresce como cogumelos venenosos. Todavia, quando leio muita da javardice que eminências do jornalismo e da nossa risível "academia" escrevem ou debitam nos mais diversos media, percebo melhor a emergência da famosa "maioria silenciosa". Essa "maioria" pode oscilar entre o puro escarro e o sublime. Depois das peripécias dos últimos dias e semanas - com origem bem clara na blogosfera e, depois, num jornal em quem ninguém pegou para depois se tornar o tema "puta da República à portuguesa" - a blogosfera acedeu a um patamar inesperado para o regime e do qual dificilmente já sairá. Isto porque os media tradicionais - quase todos dirigidos, apascentados e comandados à distância pelo dito regime - "vivem" de transformar "questões duras" em "questões moles", e vice-versa. É, uma vez mais, "a puta da República" a funcionar. A pergunta feita um dia por Pacheco Pereira em um outro contexto - "o que é que comunica a comunicação social?" - nunca fez tanto sentido neste Portugal de pequeninos do ano de 2007. Por isso, e apesar da acumulação de jornais com quase uma semana, fenece-me a vontade de os ler porque deixei de ter paciência para "mais do mesmo". Não me apetece encontrar a "linha da beleza marico-poética" lá onde devia estar escrito a bold o nome da vergonha "democrática". Mete-me nojo o sem-razão de tanto "opinador" do regime com direito a fotografia e a esclerose retórica que já contamina alguma blogosfera mais afoita e doce. Não suporto o "encanar a perna à rã" dos cortesãos dependentes. Perdi o respeito pela democracia portuguesa porque ela não se sabe dar ao respeito. Só me preocupo com os direitos humanos - todos - e a democracia, malgré elle e nessa matéria, não me dá garantias nenhumas de ser "mais respeitosa" do que outra coisa qualquer. Não é ela que tem a culpa, nem os seus founding fathers, os da Europa e os dos EUA. São aqueles a quem colámos - pelo voto - a labita de democratas. A maior parte nunca o foi ou julga que o é apenas por exibir um cartão de partido ou por estar montada numa sinecura. A duplicidade e a cumplicidade dentro do mesmo regime, mata a pureza da democracia como quem recorre a um bordel porque já não suporta "virgens". E ninguém escapa a esta sinistra perversão. Eis como, bruscamente numa primavera qualquer, a República pode passar de respeitosa a puta.

Nota: "Edição" simultânea na Grande Loja e no Portugal dos Pequeninos.




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