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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Declaração de Intenções

"1 - Confesso que fiquei com pena das olheiras e da voz trémula do Primeiro-Ministro na conferência da Fraunhofer, ou lá o que era. Daí que o meu lado soft - sim, eu aparento ser um bicho insensível, mas também tenho um lado soft - tenha vindo ao de cima: não exijo, nem espero, que o cidadão Sócrates apanhe cadeia por causa do que parece ter feito. Creio que a vergonha por que está a passar agora é castigo suficiente, e é também um exemplo, pelo menos, para os que procuraram subir na carreira servindo-se das mesmas artimanhas.
Admito, de boa fé (embora tudo me leve a não acreditar) que o único pecado do cidadão Sócrates - que difere das suas responsabilidades enquanto Primeiro-Ministro - possa ter sido o provincianismo de querer arrogar-se de um título que não possuía, aliado à ingenuidade que poderia fazê-lo sem ser descoberto. É condenável, é ridículo, e é especialmente desrespeitoso para com a "República das Bananas" a que actualmente preside, mas, infelizmente, enquadra-se perfeitamente na mentalidade do país.
Falo exclusivamente em meu nome, não no de mais ninguém. Este blogue, aliás, nunca foi um blogue de consenso: no entanto, neste momento, é visível que se transformou num blogue de campanha, aparentemente com Sócrates no papel de main target. Para os que chegaram há pouco tempo, não foi criado para esse efeito: já existia muito antes de se sonhar, sequer, com José Sócrates. Foi, a espaços, assumindo naturalmente esta forma, motivado, em primeiro lugar, pelas mentiras do Governo Sócrates & seus ministros; a sucessão de mentidos e desmentidos em relação a este processo da licenciatura e da Independente, aliado às suspeitas de controle da comunicação social, actuou depois como fuel para uma caldeira, que, de resto, já estava a ferver.

2 - Não conheço José Sócrates pessoalmente, nem tão pouco tenho interesse nisso. O problema é que o cidadão José Sócrates candidatou-se, e venceu, a eleição para a representação e direcção do País como Primeiro-Ministro. A sua candidatura e a sua vitória, ao contrário do que o próprio possa pensar, não serve para lhe enriquecer o currículo; acarreta a responsabilidade máxima de representar o seu país, e, aliada a essa, a ainda mais importante responsabilidade, directa, pela vida de milhões de pessoas que dele são cidadãs.
O cidadão José Sócrates, alheado dos seus títulos e cargos, tem tanto direito a errar como todos os outros. E basta olhar para o lado para se ver que há muita gente que erra. Errare Humanum Est. Mas o que ofende é ver que a lei não é igual para todos: há os que sofrem e a ela obedecem, e depois há outros, que levianamente a atropelam, porque podem. Não reconheço, nem a José Sócrates nem a ninguém, o direito de abusar do poder que lhe é conferido, umas vezes mais democraticamente do que outras.
Ainda que esteja inocente, assunto sobre o qual tenho - tal como muitos, face aos desenvolvimentos recentes - manifestas dúvidas, ou que "não seja ele o pior de todos", como se isso servisse de desculpa, gostaria de deixar uma coisa bem clara: o motivo desta "campanha" é superior à pessoa de Sócrates, que adquire importância única e exclusivamente por ser Primeiro-Ministro de todos os Portugueses, com os deveres que o desempenho de tal cargo acarreta. O problema não passa apenas por Sócrates, mas sim pelo véu descortinado pela investigação começada há muitos anos no
Do Portugal Profundo, que apresentou provas documentais impossíveis de reduzir a "boato", e que, com resistência inicial, acabou inevitavelmente alastrada a uma grande parte dos meios de comunicação oficiais.
Este "surto", chamemos-lhe assim, tornou objectivamente claro o que, de resto, já se conhecia à boca pequena: toda uma teia de interesses que vigorava e ainda vigora há muito neste país, onde a corrupção, a manipulação, o tráfico de influências e os negócios obscuros são reinantes. Se o exemplo vem de cima, não é de admirar que este cross-word puzzle seja construído na vertical: começa nos órgãos de poder, acaba no taxista que não passa facturas, e mete a propagaganda institucional mediática como "elemento apaziguador" pelo meio.
Corrijo-me: isto não é um blogue de campanha. É um blogue de denúncia. Para mim, o que está aqui verdadeiramente em causa é, senão a cura, pelo menos o diagnóstico oficial da doença que afecta o país, e que, como o seropositivo em negação, escondia sob a máscara do 25 de Abril. Se ainda queremos ter esperança de algum dia recuperar Portugal como país, é imperativo que, de uma vez por todas, seja feito o desmantelamento desta rede, desta doença, independentemente de incluir, ou não, o cidadão José Sócrates.
Eu jamais quereria ser Primeiro-Ministro, por ter consciência das responsabilidades que tal função acarreta. Mais, nem tão pouco me sinto apto. Ainda assim, como eleitor, não posso pactuar, num sistema dito democrático, com qualquer tipo de condescendência; sou, como de direito e dever, obrigatoriamente exigente para com as entidades que me representam.

3 - Sócrates não foi eleito por ser engenheiro civil. O que o motivou a candidatar-se? Fazer melhor pelo país? Independentemente da sua capacidade real para o fazer, este deveria sempre ser o intuito exclusivo de alguém que se candidate a qualquer cargo oficial, e não outro. Como explicar que alguém com essa responsabilidade tenha decidido "aproveitar" e enriquecer o currículo, sob o estatuto de trabalhador estudante? Lamento, mas penso que o currículo deve ser deixado para antes ou depois de um mandato, nunca durante. É a minha opinião.
Se Sócrates esconde um passado do qual não se orgulha, ou, pior, se se candidatou ao lugar para proveito pessoal, essa questão diz-me respeito, a mim, e a todos os portugueses. Mas estaria disposto a perdoar José Sócrates, a pessoa, se tivesse o mínimo de decência de se demitir, em vez de tentar emendar a situação com mais mentiras. Se não nos respeita a nós, essa "espécie de caluniadores", como sisificamente nos tenta fazer passar, pelo menos que respeite o País que, para todos os efeitos, representa. E que não faça uso desse respeito para limpar a sua imagem pessoal... O argumento da Presidência da União Europeia para deixar cair o caso, além de rídiculo, é profundamente ofensivo para a Democracia e para a Justiça portuguesa. Os fins justificam os meios? Para quem, afinal?

4 - O objectivo, pelo menos o meu, não é - nem nunca foi - substituir o boneco por outro de cor diferente. O que eu gostava mesmo era de ver o boneco substituido por um governante e representante, verdadeiro, do país. É possível? Será pedir muito? Ou mais vale desistir de tentar sair da matrix de Bilderberg, e comer e calar? Se isto é o ideal de cidadania, e se toda esta situação ficar impune, nada mais me resta fazer senão afirmar que não sou, nem nunca serei, um Ateniense...

Posto isto, regresso para o armário, de reencontro à minha condição de "caluniador" porno-nihilista e autista."

By Zlipax

Punctumcontrapunctum



"Os antigos romanos tinham uma curiosa tradição. Sempre que um dos seus engenheiros projectava a construção de um arco, durante a fase final e assim que as últimas pedras eram içadas e colocadas no seu lugar, o engenheiro assumia a fiabilidade da sua construção da forma mais empenhada possível: permanecia, imóvel, debaixo do arco."

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Salazarados



"Sou colaborador do Braganzzza Mothers desde há 4 meses e frequentador das caixas de comentários desde há cerca de 1 ano.

Com mais ou com menor intensidade tenciono continuar a sê-lo.

Neste blogue e na vida real irrita-me profundamente dois tipos de gente:




- quem diz defender o pluralismo de opiniões, ideias e conceitos, mas que, na verdade, tem total incapacidade de digerir as opiniões divergentes ou aceitar as contrárias às suas.


Ambos têm tendência a defender e pregar ideologias totalitárias que, colocadas em prática, imporão a todos os demais leis e regras que apenas a si mesmos lhes serão favoráveis.


Não pactuo com qualquer ténue manifestação de totalitarismo, venha ele do Estado ou de apenas um indivíduo.


Subjugado pelo totalitarismo do Estado lutarei contra ele.

Quando esse totalitarismo disfarçado de "ordem" e "moral" é pregado por indivíduos que tentam encontrar toda e qualquer brecha na sociedade para convencer os demais das suas razões, seja através da xenofobia, homofobia ou intolerâncias e moralismos sortidos, não ofereço paz nem silêncio.


Por mim No Pasarán!"

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