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segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Equilíbrios Dinâmicos



"Em termodinâmica existe um princípio que introduz o conceito da degradação da energia – a ENTROPIA. Foi Clausius (1850) que o enunciou e Edgar Morin que o retomou. Originalmente foi aplicado à termodinâmica, em função do calor e da temperatura. Assim, designou-se por ENTROPIA a disponibilidade negativa que a energia térmica de um sistema apresenta, tendo em vista a intenção de efectuar um determinado trabalho.



Para simplificar, resumindo, aumentando, baralhando e tornando a partir, poder-se-ia definir como o grau de desorganização de um sistema.



Os sistemas regem-se, à luz da teoria com o mesmo nome, por diferentes princípios. Não os vou enunciar, mas apenas destacar alguns.
Um sistema - sendo aberto - permite e promove a troca de informação, de energia. Há inputs (importação, entradas, alimentação), transformação (trabalho, produção, criação artística, criação de células) e outputs (exportação, produção final). Neste processo importa também assinalar os mecanismos de regulação e de eliminação de resíduos, resultantes do processo de transformação.


Se, por um lado, a alimentação é essencial, por outro, a regulação, a retroacção, a limpeza, a arrumação serão factores não menos importantes para a estabilização. Por exemplo, os organismos vivos possuem mecanismos anabólicos que visam a alimentação celular e catabólicos que asseguram a eliminação de resíduos e de energia excedentária. Sem este justo equilíbrio – a homeostasia - não seria possível a sobrevivência dos organismos, das organizações, dos sistemas.
Em tudo poderemos ver a necessidade deste jogo de interacções energéticas. Até nas relações geo-estratégicas, Paulo Pedroso.


Mas o que me faz falar da teoria sistémica no dia de hoje é pensar que os homens e a mulheres ocidentais, que também são sistemas inseridos noutros sistemas, estão com dificuldades na sua auto-regulação, ao nível de inputs. Nós crescemos, como espécie, na escassez. Não passaram tantos milhares de anos assim, desde a época das savanas. A nossa memória genética, ainda não esqueceu a penúria.Apesar disso, dispomos, enquanto espécie – falo sobretudo do Ocidente, farto e marto – de facilidade na obtenção de bens. Estamos a enchermo-nos descontroladamente de objectos, de bens, de comida, de aquisições. Não está a ser processada a energia, a informação que agora entra, e corremos o risco de acelerar o fim do sistema. É assim também com a necessidade aquisitiva que ensombra as nossas vidas.
Será que quando compramos um objecto usamos a racionalidade, ou seja a ponderação do custo/benefício? Dito de outra forma, eu preciso mesmo daqueles jeans da marca JX3P, daquelas camisas não sei o quê, do modelo de telemóvel ZWV3010, de 20 frascos de perfume na casa de banho, dos cremes anti-rugas última geração, do botox, do liftin’, do carro com a cilindrada de 2 litros... dos irreprimíveis saldos galopantes?...
Sim, eu preciso de coisas. Mas encaro o meu dinheiro e os meus bens como um recurso, ou como algo que vai alimentar o que eu sou?




Sou o meu curso, a minha roupa, o que tenho? Não haverá formas de eu ter acesso, de eu usar certos meios sem que com isso eu crie uma rede de dependências que me retiram a liberdade?
Eu sou o cargo que desempenho?
Se todos sentíssemos o Poder como algo que se assume e se deixa em conformidade com a necessidade de uma dada comunidade, veríamos muitos problemas pessoais, e não só, resolvidos.

Se fosse dada a cada coisa a justa importância, viveríamos em Paz. Mas sobretudo, aumentávamos, substancialmente, a nossa liberdade pessoal."

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