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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O Prato do Dia



Eu hoje vinha aqui, cheio de boas intenções, disposto a falar da "Lulu", de Alban Berg, mas suponho que não valha a pena. A verdade é que o dia é hoje especialmente dedicado ao António e ao "Do Portugal Profundo".

Falando grosso: é Um a Zero, contra a Bacharel dos Sanitários, é Portugal inteiro que ganha.


O pior vem que, ao longo desta tarde, para evitar que o tema tenha sido tratado nos noticiários, o Estado deve ter dispendido uma verdadeira fortuna, em faxes, emails e chamadas de telemóveis. O tema deve ter sido sempre o mesmo: "é melhor não falares nisso, para ver se te mantens nesse lugar, olha que a vida está difícil..."


E está.


Aliás, sempre esteve.


Num dos meus célebres telefonemas para a "Laurinha" Krippel dos Canaviais, e que já devem estar todos armazenados no "Envelope 10", vieram à tona histórias bem mais antigas.


Há um podre cheiro a suspeita de que o Primeiro-Ministro de Portugal tenha dado a volta curta ao Bilhar Grande, para chegar ao Canudo, e dessa já não se safa. Aprumadinho, nos tais fatos ridículos, a pregar decência aos outros, tem uns calcanhares que não desejo a ninguém, mas eu sou uma pessoa de piedade, que seria incapaz de linchar um político em público, sobretudo um ser que tanto se tem dedicado a melhorar o bem-estar físico e psíquico dos seus conterrâneos.


Todavia, há coisas que me chateiam.


Ontem, ao consultar a "Wikipédia", vinha lá, preto no branco, que "La Chose" namorava, desde 2001, com a jornalista Fernanda Câncio.


Hoje, já não está...


Desapareceu, por "causas naturais".


Aqui vai a História: nos Idos de 76 e pelos arranques anuais seguintes, havia um "gang" que vendia licenciaturas em Lisboa: 20 contos, dos antigos, com inclusão em nomes de pauta; 15 contos, só com diploma e nome. O negócio era simples: o Irmão do "Manecas", na Secretaria da defunta Escola Secundária da Cidade Universitária, vendia, por exemplo, os pontos de exame de Medicina, ao balcão, para a rapaziada que queria acabar o Curso. Os ciganos, o restante do material. São médicos que hoje por aí andam, operam e curam. Autênticos milagreiros.


Engenheiros, Doutores, toda uma classe de licenciados que nos governa, domina os bons postos do pequeno rectângulo, e todos vindos de um mesmo canteiro.


Pena as histórias serem antigas: o caso Sócrates é um final de época, uma linha de fundo de um longo percurso curricular de uma sociedade profundamente doente. Acabou a geração que vendia os pontos, a escola foi demolida, o terreiro tornou-se num antro de engate, e exibição, de paneleiras
dementes, abriram as Universidades Privadas, e a Obra fez-se.


E governa hoje, constitucionalmente, Portugal.
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