terça-feira, 7 de agosto de 2007

Sonata "Al Santo Sepolcro" RV 684 - Carta Aberta a António Balbino Caldeira



Dedicado, com estima, ao António Balbino Caldeira, do "Portugal Profundo"



Cristo jaz no Leito de Morte.

Foi, com alguma inquietação, que li a sua entrevista no "Correio da Manhã".

Trata-se de um texto, aparentemente, oportuno e circunstancial. José Sócrates é um homem em apuros, pelo menos, por aquilo que se quer fazer passar para a Opinião Pública.


Infelizmente, sou mais cínico, e um homem de minúcias.


Desde a crise que o "Braganza Mothers" fez estoirar na "Wikipédia", em redor da entrada "José Sócrates" e "Fernanda Câncio", e referenciada no "Público", que se percebeu que a Blogosfera não era inócua, e não é. Com alguma habilidade, conseguiu-se transformar em civilizados campos de peleja a Comunicação Social, a Blogosfera, e a Internet, em geral, sobretudo naquilo que se pretende assumir como o seu Espaço Enciclopédico do séc. XXI, e o será.

De algum modo, e para quem acompanhou o processo, esgrimi com as minhas armas próprias, muito séc. XVIII: no fim, o Marechal Poniatovsky e Monseigneur D'Artois, decidem, antes de disparar os arcabuzes, quem acaba por triunfar em campo. Em derradeiro caso, o florete decide, num recanto dos Jardins de Versalhes, a sorte da batalha.

Acontece, e já sentiu isso na pele no "Casa Pia" que estamos num século que não é o XVIII. É o século de gente sinistra e lúgubre, e capaz de tudo.

Toda esta polémica veio apenas provar o que já sabíamos, que Sócrates não existe, não por causa da polémica, mas porque, pura e simplesmente, nunca existiu. José Sócrates é o rosto de um dos mais espantosos grupos de interesses, que, na sombra, decidiu conduzi-lo ao cargo de Primeiro-Ministro de Portugal, para, qual boneco de lata -- e era fundamental escolher, para este momento, um boneco de lata de OZ, sem quaisquer sentimentos, excepto a Cólera e a Vaidade -- ah, sim, e um, muito importante, que me esqueci de acrescentar aqui: a VINGANÇA.


José Sócrates, enquanto cabeça do XVII Constitucional, dispõe da mais poderosa máquina de informação, policiamento e investigação secreta de que jamais alguém dispôs em Portugal. Ele incarna uma Santa Inquisição, mas com todo o aparato técnico do séc. XXI.

De um certo ponto de vista, nós, a Blogosfera, triunfámos, quando tacticamente decidimos pôr em causa a vaidade do Homem humano, e não a eficácia do técnico político.
Eu conheço muito bem a estrutura psíquica e emocional de José Sócrates: é um clássico de todos os manuais pós-freudianos. Há, lá dentro um misto de mulher em estado de possessão demoníaca com um lacrau enterrado na areia. Para mais, a mulher possuída deslocava-se num ridículo par de saltos altos, como se a Cena Política, de uma "passerelle", se tratasse.

Nós, Blogosfera, com a nossa fisga, partimos-lhe um dos saltos altos. Neste Tempo Pascal, "ela" parece arrastar-se pelo palco, manca, e risível. Mas vamos às minúcias: foi interessante ver a Câncio, desesperada, a apagar e a reescrever a entrada wikipédica do ... "tutelado" (basta ir lá consultar o histórico e ver o que fez "FC", que se apresenta como Fernanda Câncio -- ordinária, como de costume... -- ela própria).

Não foi por acaso que a Biografia adoptada para o lugar de nascimento, pretendidamente o Porto, vinha referencida, como origem, num Jornal, por acaso (?), o "Diário de Notícias", onde o texto,
convido-vos a lê-lo, vem realmente bem cozinhado. Como diriam os misóginos, "à Mulher, a cozinha".

Esta... cozinhou-a bem.

Nessa biografia não-oficial, conhecemos um outro José Sócrates "À semelhança da generalidade dos colegas, Sócrates era pouco praticante das primeiras aulas da manhã - essas horas eram preciosas para recuperar sono, caso na noite anterior tivesse ido com os amigos a uma boîte. A discoteca da moda era o "Etc", o bar era o "Triana" e Sócrates por lá andava, com o seu grupo de amigos. A saída de Sócrates junto do público feminino era considerável. O rapaz, que era um apaixonado por poesia, declamava-lhes poemas e "levava-as com a conversa", conta outro companheiro desses tempos, que pediu para não ser identificado. "Quando chegávamos a um bar, nós íamos beber e ele ia engatar", recorda o mesmo amigo. "Era um sucesso!" José Sócrates nunca foi homem de excessos, nem quando tinha idade para isso. Bebia com moderação, ficava até às tantas à conversa com os amigos à volta dos copos de cerveja e uísque, mas passava para a água ou Coca-Cola quando os outros ainda estavam a aquecer a garganta. "Era moderado nos hábitos, mas experimentou o que tinha que experimentar", conta um colega de aventuras. Não morre ignorante, isso é certo. Aos 20 anos fez as primeiras férias no estrangeiro (três semanas na vindima em França) e, nas viagens seguintes, conforme já contou em entrevistas, não deixou de visitar os "coffee-shops de Amesterdão." Foi um jovem do seu tempo, como costuma dizer."
Os "coffee-shops" de Amsterdão, leram bem... Aposto que, pelo menos metade dos leitores do meu texto já deu, nesta altura uma sonora gargalhada. Aqui fica a insinuação, e as consequências práticas: o assunto da Licenciatura não é para Sócrates uma questão primária. Nesta altura, quase que consigo vê-lo nas "sex", perdão "Cofee-shops" de Amsterdão -- umas mini-férias gozadas em silêncio -- era o que faltava estragarem-me o buraquinho, salvo seja, da Páscoa!... -- enquanto toda a máquina do Polvo trabalha para reconstituir os estragos da Imagem.
A segunda hipótese é mais lúgubre: as Forças da Sombra, que o colocaram na Linha da Frente, já o deixaram cair, e até já têm um boneco de lata preparado para o substituir.
Caro Balbino Caldeira, quando viémos para a Blogosfera, foi por razões que, "pessoanamente" falando, poderiam ser expressas assim: "Viémos para a Blogosfera, porque a Atmosfera não prestava, ou não servia".

É, portanto, necessário ternos em atenção o momento exacto em que deixamos de ser atiradores furtivos, para os pormos em conflito uns com os outros, deixando vir à superfície a podridão em que se movem, e, depois, retirarmo-nos, para a sabotagem seguinte, e ele há TANTAS a fazer!...


Um excesso de protagonismo atmosférico pode levar a tornar-mo-nos alvos e peões nas mãos de Forças Invisíveis, e nós apenas somos figuras de fábula, como Borges diria.
Partimos-lhe um dos saltos altos, mas, a esta hora, como na "Noite de Iguana", já ele atirou os sapatos de salto para o lado, e dança descalço, como Ava Gardner, entre dois morenos, eróticos e viris, numa praia do luar.
Pela minha parte, vou fazer o mesmo, e voltar ao Olimpo, uns, raptando Io e Europa, outros, ao luar, tropicalmente, com Ganimedes, segundo os gostos próprios.

Com a estima do

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