"Querida Dona Adelaide:
A minha Inês estava a fazer Relações Internacionais na "Independente", e já a transferi para a "Lusófona". Mas estou bastante assustado, porque ela já diz que viu por lá umas caras esquisitas da Política, até um homem que foi Vereador da Câmara de Lisboa, Vasco Franco, se não me engano, e parece que corre entre os alunos que a Vice-Reitora, volta não volta, aparece semi-nua em sessões solenes... Nós somos uma família tradicional, de Direita, mesmo, e não gostaria de ver a minha Inês ficar com o Curso a meio mais uma vez. É a primeira vez que venho a uma... desculpe..., bruxa, e espero que seja a última, mas que acha que devo fazer com a Inês?...
A minha Inês estava a fazer Relações Internacionais na "Independente", e já a transferi para a "Lusófona". Mas estou bastante assustado, porque ela já diz que viu por lá umas caras esquisitas da Política, até um homem que foi Vereador da Câmara de Lisboa, Vasco Franco, se não me engano, e parece que corre entre os alunos que a Vice-Reitora, volta não volta, aparece semi-nua em sessões solenes... Nós somos uma família tradicional, de Direita, mesmo, e não gostaria de ver a minha Inês ficar com o Curso a meio mais uma vez. É a primeira vez que venho a uma... desculpe..., bruxa, e espero que seja a última, mas que acha que devo fazer com a Inês?...
(João Gonçal de Barahona Montalchado)
Meu caro João:
Eu, de Universidades, percebo pouco, porque a minha vida foi a minha escola, e muito do meu alimento dos "Alunos de Apolo" nem o 6º Ano tinha, mas foram os que me deixaram mais consolada, benzó-deus. Posso é dizer-lhe uma coisa: o ritmo das Privadas, em Portugal, é dominado, ou pelo Ciclo do Sol, ou pelo Ciclo da Chuva. Lembra-se, há meia década, da escandaleira que aconteceu com a "Moderna"? Também havia um Reitor Cheché, também estavam lá metidos todos, também se passavam coisas horríveis, que metiam "Mulheres, Armas e Droga", e, no entanto, quando as nuvens passaram, as paredes foram pintadas de cores mais coloridas, abriram novos cursos, as pessoas sorriram mais e a vida continuou. Isto é o Ciclo do Sol. De acordo com o Ciclo do Sol, que tem sobressaltos de 5 anos em 5 anos, as coisas tremem, mas nunca caem: fica esta aberta e fica aberta a seguinte e ficam sempre todas abertas, salvo seja, apesar dos mesmos reitores chechés, de lá estarem sempre metidos todos, e das "Mulheres, Armas, Droga e Diamantes" , portanto, meu caro João, pode voltar ao seu condomínio fechado e dizer à sua Inês que aquele senhor que foi... perdão, que é, Ministro da Ciência -- estou sempre a confundir o meu discurso com o que vejo na Bola de Cristal !... -- que a sua Inês nem precisava de ter saído da "Independente", já que ela vai ser repintada, pôr música ambiente, e despejar 100 000 novos licenciados, até ao final do ano, portanto, como fica aberta, dado o Ciclo do Sol, também fica aberta a "Lusófona", apesar da Vice-Reitora nua, do Vasco Franco, e dos outros etcs que a sua filha vê diariamente passar por lá. Esteja descansada, porque, mesmo no Ciclo da Chuva, e podemos estar no Ciclo da Chuva, fica aberta a primeira, a "Moderna", fecha a segunda, a "Independente", mas a terceira, a "Lusófona", também já não fecha. É como nos interruptores do Hermann, umas vezes para cima, outras vezes para baixo, apesar de ser sempre o mesmo interruptor. É preciso é que a sua Inês se despache, e seja ligeirinha: com as pernas, as coxas e os jeans rasgados que eu estou a apreciar na minha bola cristal, já a estou a ver é sentada ao colo de algum administrador da MidiaCapital, ou da Sonae renovada. Ela que não faça como as outras, e ande a leiloar a virgindade entre os colegas, um canudo é um canudo, e depois tem todo o tempo da vida, para andar, como eu, a "arriar chouriços", não vá vir aí um Ciclo do Dilúvio, em que, de repente, tudo o que metesse "Mulheres, Armas, Droga e Diamantes" fosse compulsivamente obrigado a fechar. Mas não se assuste, meu querido, há pernas que, nem compulsivamente, alguma vez se fecharão: diz-me a minha bola de cristal que isso é tudo matéria para uma próxima, muito longínqua, reincarnação..."
Eu, de Universidades, percebo pouco, porque a minha vida foi a minha escola, e muito do meu alimento dos "Alunos de Apolo" nem o 6º Ano tinha, mas foram os que me deixaram mais consolada, benzó-deus. Posso é dizer-lhe uma coisa: o ritmo das Privadas, em Portugal, é dominado, ou pelo Ciclo do Sol, ou pelo Ciclo da Chuva. Lembra-se, há meia década, da escandaleira que aconteceu com a "Moderna"? Também havia um Reitor Cheché, também estavam lá metidos todos, também se passavam coisas horríveis, que metiam "Mulheres, Armas e Droga", e, no entanto, quando as nuvens passaram, as paredes foram pintadas de cores mais coloridas, abriram novos cursos, as pessoas sorriram mais e a vida continuou. Isto é o Ciclo do Sol. De acordo com o Ciclo do Sol, que tem sobressaltos de 5 anos em 5 anos, as coisas tremem, mas nunca caem: fica esta aberta e fica aberta a seguinte e ficam sempre todas abertas, salvo seja, apesar dos mesmos reitores chechés, de lá estarem sempre metidos todos, e das "Mulheres, Armas, Droga e Diamantes" , portanto, meu caro João, pode voltar ao seu condomínio fechado e dizer à sua Inês que aquele senhor que foi... perdão, que é, Ministro da Ciência -- estou sempre a confundir o meu discurso com o que vejo na Bola de Cristal !... -- que a sua Inês nem precisava de ter saído da "Independente", já que ela vai ser repintada, pôr música ambiente, e despejar 100 000 novos licenciados, até ao final do ano, portanto, como fica aberta, dado o Ciclo do Sol, também fica aberta a "Lusófona", apesar da Vice-Reitora nua, do Vasco Franco, e dos outros etcs que a sua filha vê diariamente passar por lá. Esteja descansada, porque, mesmo no Ciclo da Chuva, e podemos estar no Ciclo da Chuva, fica aberta a primeira, a "Moderna", fecha a segunda, a "Independente", mas a terceira, a "Lusófona", também já não fecha. É como nos interruptores do Hermann, umas vezes para cima, outras vezes para baixo, apesar de ser sempre o mesmo interruptor. É preciso é que a sua Inês se despache, e seja ligeirinha: com as pernas, as coxas e os jeans rasgados que eu estou a apreciar na minha bola cristal, já a estou a ver é sentada ao colo de algum administrador da MidiaCapital, ou da Sonae renovada. Ela que não faça como as outras, e ande a leiloar a virgindade entre os colegas, um canudo é um canudo, e depois tem todo o tempo da vida, para andar, como eu, a "arriar chouriços", não vá vir aí um Ciclo do Dilúvio, em que, de repente, tudo o que metesse "Mulheres, Armas, Droga e Diamantes" fosse compulsivamente obrigado a fechar. Mas não se assuste, meu querido, há pernas que, nem compulsivamente, alguma vez se fecharão: diz-me a minha bola de cristal que isso é tudo matéria para uma próxima, muito longínqua, reincarnação..."