"Diz o Expresso que ao longo de duas semanas contactou diversas entidades no sentido de ver respondidas e esclarecidas as seguintes questões:
"(...)1. Quantas inspecções foram feitas à Uni pelos serviços do MCTES? E quais os resultados?
2. Houve anteriores processos desencadeados contra a Universidade Independente? Quantos e porquê?
3. Existem queixas apresentadas contra a Uni junto desse Ministério? Quantas e por quem?
4. Qual é a lista dos docentes relativa ao curso de engenharia civil entre os anos 1994-1997 que foi apresentada ao MCTES de acordo com as obrigações previstas na lei?
5. Que disciplinas eram ministradas por cada um dos docentes?
6. Os serviços do MCTES receberam alguma informação documental sobre a licenciatura do senhor primeiro-ministro? Em caso afirmativo, pode o Expresso ter acesso a ela?(...)"Acrescenta o Expresso que nenhuma entidade aceitou fazer tal esclarecimento. O próprio Gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, após ter sido contactado no dia 29 de Março, respondeu que não o podia fazer por falta de tempo.Apesar de as perguntas se revelarem pertinentes, tenho receio que a tónica, agora dada pelo Expresso, esteja sobretudo a colocar-se na incapacidade dos serviços controlarem e regularem o sistema. As perguntas parecem desviar a atenção de um eventual ilícito cometido, para uma via perigosa, que é, poder descobrir-se, que tudo não passou de um erro passível de ser assumido por qualquer secretária, técnico estagiário, administrativo, ou até, pelo rapaz da informática. É isso, vão ver que a culpa é, de novo, do rapaz da informática.Há, sobretudo, uma questão que não vejo suficientemente divulgada: o desaparecimento dos documentos originais, vulgo, "livros de termos", onde deverão estar registados os resultados das avaliações de todos os alunos. Este facto sim, deveria merecer de todos os órgãos de comunicação especial atenção. Mas não senhor. Importa mais, saber quem está preso, mostrar o arrombamento da porta do gabinete do reitor, a indignação de um advogado à saída do DIAP.
Ou seja, "o filme".
Mas o que mais me espanta, é descobrir "o interesse do Expresso pelo caso", quando ainda há uma semana, Nicolau Santos, Director-Adjunto deste semanário, muito opinava dizendo que "o 'Público' dá a um assunto onde não tira nenhuma conclusão taxativa, género «Sócrates não é licenciado e comprou o diploma», deixam mossa e dão guarida às insinuações que, com base ou não, proliferam na blogosfera."Ora, o Expresso não parece ter obtido, qualitativamente falando, melhores resultados. Dito de outra forma, não chegou a qualquer conclusão, de sim ou não, e também, não deixou de dar "guarida às insinuações que, com base ou não, proliferam na blogosfera" (a que eu, Punctum, chamaria de informação bem mais avisada, e sobretudo, mais livre).
Continuem, continuem, vão no bom caminho! ...
Um dia, lá chegarão...
Post Scriptum
1. Foi António Balbino Caldeira, Do Portugal Profundo, quem facultou ao Expresso o Dossier Sócrates: ISEC, ISEL, equivalências, Independente, ENSP, engenheiro, domingo, etc.Apesar disso, não houve na edição de hoje, qualquer referência à fonte ou mesmo, indicação do URL.
3. Nova Versão do Currículo de José Sócrates segundo o seu próprio gabinete:- Bacharelato em Engenharia pelo ISEC,- Licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente, com frequência também no ISEL,- Pós-graduação com MBA em gestão de empresas pelo ISCTE.